SANEAMENTO OU INSANIDADE?

SANEAMENTO OU INSANIDADE?

          A cidade de Pneumópolis (nome helénico para Windcity) está passando por um período mais negro do que já costumam ser os períodos dessa cidade. É que foi iniciada a obra que estão chamando de saneamento básico. Essa "obra" teve início há cerca de dois anos. Já escavacaram a cidade várias vezes.

          As excessivas chuvas que castigaram a satrapia do Siará (depois do período considerado chuvoso, as águas continuaram caindo do céu) têm prejudicado toda a capitania ou província, principalmente na região do Vale Nada do Rio das Onças, onde várias aldeias chamadas de urbes pelas massas ignaras tiveram que decretar estado de emergência.

          Na realidade o Vale Nada do Rio das Onças já é uma emergência constante. Uma região cujas aldeias têm mil quilômetros quadrados, algumas com população com mais de sessenta mil pitecantropus erectus, era pra ter pelo menos um hospital equipado com UTI (adulto e neo-natal). Mas nessa gigantesca fazenda com ares de aldeia urbana não há um só nosocômio que possua tal "privilégio".

          Com a obra que os neandertalenses apelidaram de "saneamento básico" os "obreiros" estão cometendo o seguinte absurdo: Enfiam mangueiras nos buracos cavados para o saneamento. Essas mangeiras são ligados a compressores, que puxam a água do lençol freático e a despejam nas ruas da aldeia. 

          Não sei qual é a intenção desse serviço, pois a cada fim de semana que se passa as águas aumentam nos becos putrefactos, mas não diminuem na fonte, pois o açude Big Cashew Nut passou o período de chuvas todinho despejando água no Rio das Onças, que sangrou em várias aldeias, como a do Caminho das Pedras, Riacho  da Cruz e Éguas Ruças. Em Pneumópolis o Rio das Onças chegou a invadir alguns matagais urbanos. Houve muito prejuízo por causa das águas que caem dos céus.

          Agora, mesmo com significativa diminuição  das precipitações pluviais (águas  que caem dos céus), os becos de pedra tosca da aldeia de Windcity (belo nome para uma aldeia) estão ficando mais intransitáveis do que costumam ser em tempos de seca.

          Quando eu disse que O Vale Nada do Rio das Onças precisava de uma estiagem de dez anos, estava apenas brincando ou exagerando um pouco, mas agora vejo que nem é brincadeira nem exagero. O solo da aldeia está tão "brejado" que nem mesmo em dez anos estará seco.

          À proporção que o tempo passa, aumenta a necessidade de comprarmos botas de borracha para podermos transitar "a pé enxuto" pelos becos cheirosos da aldeia. Digo a pé, pois de carro não dá para trafegar, uma vez que o risco de acidente é muito grande, já que  os "motoristas" daqui desconhecem as mais simples leis de trânsito. Além do mais, as ruas de pedra tosca têm muitos buracos, e são um prato cheio para os que se auto-intitulam de mecânicos.

          Penso que o Vale Nada do Rio das Onças, principalmente Windcity, tem poucos anos de existência. A região regrediu tanto que a tendência é que seja extinta. Se nada for feito com urgência urgentíssima, não ficará pedra sobre pedra nessa região tão mal tratada pelo sátrapa Neo-Cid (novo Cid) e pelos alcaides.